Wed Jan 17 15:57:00 UTC 2024

O cuidado mental do cuidador

Cuidar de um familiar é de muita generosidae, altruísmo e, ao mesmo tempo, gratificante. Porém, é muito desgatante também. Além de exigir tempo, paciência e causar mudanças bruscas na rotina. 

Os cuidadores são os responsáveis por toda a rotina diária de uma pessoa que não pode responder por si ou que precisa de ajuda para as atividades de vida diárias. Chegam a cuidar da higiene pessoal completa, agendamento de exames e visitas aos médicos. Precisam conhecer a pessoa e suas prefrerências, controlar medicações e alimentação, colaborar na locomoção, conduzir gastos e controlar finanças.

Na maioria das vezes, o familiar cuidador precisa ficar constantemente tratando do enfermo e acaba deixando a sua saúde de lado. Passam tanto tempo se preocupando com o enfermo, que não refletem  sobre seu próprio cuidado. 

Como já citaodo anteriormente, é um trabalho muito árduo e exaustivo também, causando no cuidador um estresse grandioso que pode levar à Síndrome do Cuidador. 

A Síndrome do Cuidador gera um misto de sintomas de ansiedade, tristeza e fadiga permanente ocasionada por um estresse contínuo, devido à responsabilidade de cuidar de um terceiro. Porém, não é regra que todo cuidador vai passar por isso. A Sídrome do Cuidador afeta, principalmente, quem cuida de pessoas com comprometimento psiquiátrico ou neurológico, como pacientes com Alzheimer ou outros tipos de demência, que exigem dedicação em tempo integral. 

Muitos cuidadores deixam de realizar suas atividades do dia a dia. Param de trabalhar, deixam de se alimentar corretamente, dormem pouco e passam por muito desgate para cuidar de um familiar que está impossibilitado.
Com isso, ficam mais suscetíveis a problemas de saúde como: dores físicas, humor deprimido e sintomas ansiosos.

Os cuidadores se sentem sozinhos em algumas situações ou datas específicas. Desta forma, podem ter insônia, perda ou excesso de apetite. Apresentam este esgotamento físico e mental, causando descuido da aparência, além da falta de tempo para si. Muitas vezes não reconhecem os sintomas de alerta pelo estresse e podem chegar ao colapso emocional. A maioria acha que essa situação é algo normal e não procura ajuda, sofrendo calado. 

É importante ficar alerta aos sinais e sintomas, tais como: irritabilidade, frustração, tristeza, esgotamento, falta de perspectiva, ausência de contato com amigos, exaustão constante e insuficiência de energia e culpa ao se ausentar por algum motivo. 

Algumas atitudes no dia a dia diminuem os impactos emocionais e físicos do cuidador: ser positivo, fazer algo que goste todos os dias, ter metas realistas para o momento, saber dizer não, respeitar seus próprios limites, dividir tarefas com outros membros da família e sempre lembrar que esta situação é passageira. 

A ajuda profissional e/ou de pessoas próximas é fundamental para passar por esta fase. O acompanhamento psicológico é uma estratégia para ajudar ao cuidador. Muitos psicólogos atendem remotamente, facilitando a vida daqueles que não podem se ausentar de casa por longos períodos. Existem também, grupos de apoio excelentes para trocar experiências, sentimentos e ideias e desenvolver o hábito de ser cuidado também. Não hesite em buscar ajuda profissional, antes de haver um colapso emocional. 

A FAPES segue o compromisso de promover saúde e bem-estar para você e sua família, cuidando da saúde física e mental. Caso precise de ajuda, entre em contato com seu Enfermeiro ou Médico da Família da FAPES pelo telefone (21) 3820-5454.

Por:

Drª. Glauce Corrêa
Psicóloga da FAPES
Programa Saúde da Família