Saúde
Thu Sep 06 12:21:00 UTC 2018

Saúde foca em melhores resultados para o paciente

Em entrevista, a nova Gerente Executiva de Saúde da FAPES fala das estratégias para tornar o PAS ainda melhor

A nova Gerente Executiva da área de Saúde da FAPES, Patrícia Neto, possui vasta experiência no setor. Médica formada pela UNIRIO há 28 anos, Patrícia migrou sua carreira para a área de gestão em 2004, foi diretora da Rede D’Or, do Hospital Israelita, e de uma empresa de “home care”. Atualmente é Presidente da ABRAMEDE (Associação Brasileira de Medicina de Emergência – RJ) e avaliadora Senior do IQG Health Services Accreditation. A seguir entrevista com Patrícia.

Qual a sua avaliação sobre a assistência à saúde prestada pela FAPES?
Temos uma excelente avaliação dos nossos beneficiários e estamos entre os melhores planos de saúde na avaliação da ANS (Agência Nacional de Saúde). Nosso Índice de Desempenho de Saúde Suplementar (IDSS) foi de 0,9158 em 2017. Vejo com grande responsabilidade o desafio de assumir um plano com estes resultados, mas tenho certeza que podemos aprimorar ainda mais nossos serviços.  

Há espaço para melhorias? Quais os caminhos para isso?
Sim. Acredito que a vida, o trabalho, tudo é um processo de superação e melhora constante. Acho importante trabalharmos a automatização e desburocratização dos processos. Se hoje a gente no celular consegue resolver tantos problemas, tantas questões simples, precisamos usar a tecnologia a nosso favor. Então nosso caminho é digitalizar o máximo possível, tornando bem amigável essa aproximação entre os beneficiários e a empresa. Assim nos sobraria mais tempo para estarmos presentes no hospital ou até mesmo na casa das pessoas quando estas se encontrarem impossibilitadas de deslocamento. Com isto, poderíamos acompanhar melhor o atendimento hospitalar e o serviço de “home care”.

Como é a frequência de exames por paciente no nosso plano?
Hoje a frequência está acima da média do setor, que é de 3,22, enquanto com nossos beneficiários é de 6,3 exames por pessoa. Precisamos conscientizar médicos e pacientes que uma grande quantidade de exames, consultas e internações não são sinônimos de qualidade. Não é com quantidade que se faz um diagnóstico. Precisamos sensibilizar e proporcionar mais informação ao beneficiário para que ele possa conversar e inclusive argumentar com o médico. Nos dias de hoje, a maior parte das decisões são compartilhadas entre médicos e pacientes, os casos são expostos e os planos de tratamentos avaliados conjuntamente.

O paciente tem o direito de saber e tomar consciência das suas necessidades, condição e frequência de exames. Queremos, acima de tudo, qualidade e análise cuidadosa da saúde dos nossos beneficiários por parte dos médicos.

E o atendimento? O beneficiário poderá participar da avaliação dos médicos, hospitais e clínicas? 
Sim. Nós queremos implantar uma forma para que o paciente possa avaliar “on line” o atendimento recebido. Ao término da consulta, exame ou da internação, o paciente vai poder acessar um aplicativo e sinalizar uma pontuação sobre o atendimento. E assim nós vamos poder estar cada vez mais próximos, qualificando a nossa rede credenciada. Precisamos fazer com que o processo de credenciamento e descredenciamento seja mais dinâmico.

O ambulatório e os programas de saúde desenvolvidos pela FAPES são bem avaliados? 
O ambulatório da FAPES é muito bem avaliado. Nós temos diversos programas de qualidade de vida e promoção de saúde e pretendemos manter todos. No entanto, precisamos ter números e resultados dos nossos programas, precisamos quantificá-los e fazer uso destas estatísticas para aprimorar nosso trabalho.

É possível manter a qualidade do atendimento em meio a uma redução de custos? Como enfrentar o desafio de fazer mais com menos?
Vinculando nosso programa de saúde preventiva com nossos participantes a tendência é que tenhamos redução de custos. Ao identificarmos de forma precisa o perfil dos nossos participantes podemos prevenir melhor as doenças e com isto reduzir custos no PAS. Todos sabemos que a medicina preventiva é muito mais barata.

Com o mapeamento da carteira de beneficiários e dependentes, conhecendo o perfil biométrico e o comportamento de utilização de recursos de saúde, a partir de uma análise epidemiológica, poderemos identificar fragilidades e oportunidades de otimização e melhorias. 

Como estão distribuídos os beneficiários da FAPES em termos de idade?
Na carteira da FAPES hoje temos 30% de pessoas acima de 59 anos. E nessa faixa nós temos 60% dos custos. Pois na medida que nós envelhecemos, fazemos mais exames, vamos mais ao médico, temos mais necessidade de acompanhamento. E isto é o esperado.

Mesmo assim, é possível fazer ações preventivas de identificação de riscos. Hoje as pessoas podem viver até 100 anos. As últimas semanas do paciente custam o equivalente à sua vida inteira. Precisamos dar uma atenção especial a este fato para que possamos atuar preventivamente.

Que ações você tem em mente para o público mais velho?
Temos que fazer do envelhecimento um processo saudável. É necessário trabalhar o dia a dia das pessoas, estimulando a qualidade de vida com atividades para que elas se mantenham bem não só do ponto de vista físico, mas também mental e psicológico. Temos que ampliar nossos projetos de saúde preventiva hoje presentes no DEMED para os nossos aposentados. E já estamos discutindo isto com nosso gerente no DEMED, o dr. Ricardo Sebba

Quais avanços podem ser feitos no plano de saúde? O que existe de novo no mercado?
Tradicionalmente, a modalidade de remuneração dos profissionais médicos e hospitais é por produção. Nos últimos anos começamos a discutir o pagamento por resultado, onde se negocia uma remuneração adicional por resultado satisfatório após a internação. Um exemplo desta modalidade, que eu vi sendo negociada em alguns hospitais, seria pagar um adicional para casos em que o paciente se interna e sai muito bem, sem nenhum tipo de complicação. Podemos negociar inclusive uma bonificação para aquele hospital, mudando também o nível de relacionamento com a instituição. Da mesma forma, poderíamos ter uma penalização para os hospitais em que o paciente, por exemplo, contraísse uma infecção hospitalar após uma internação. Esta modalidade tem sido praticada em hospitais de ponta como o Albert Eistein, em São Paulo.

Quais melhorias poderiam ser feitas no que temos hoje no PAS?
Uma ação muito importante que nós vamos fazer é analisar, com bastante critério, o perfil epidemiológico da nossa carteira. Para identificar, por exemplo, se o paciente é hipertenso, mas também diabético, se tem uma doença pulmonar. Isso vai nos ajudar a direcionar os programas de qualidade de vida e de prevenção, e com isso aumentar a adesão aos programas. Nosso trabalho vai ser muito focado não só em definir os critérios de elegibilidade para que o beneficiário entre no programa, mas também para que ele se mantenha até que tenha sua situação estabilizada e possa seguir o acompanhamento regular com seu médico. 

Estes programas serão executados para ativos e aposentados. O dr. Sérgio Siqueira, nosso gerente no DEPAS, irá trabalhar o banco de dados para que tenhamos um mapa detalhado do perfil do nosso aposentado, pois dos ativos já temos as informações a partir do periódico anual.

Acreditamos que o estudo e detalhamento da carteira de beneficiários poderá trazer informações e subsídios para tomada de decisões estratégicas, proporcionando uma assistência à saúde de valor e qualidade indiscutíveis.

Que outros projetos você acha interessante?
No último hospital em que era diretora e responsável técnica, nós fizemos um projeto com uma autogestão de leitos cativos e médico internista que apresentou ótimos resultados. Nós tínhamos um contrato no qual oito quartos tinham valor pré definido e um médico da operadora de autogestão acompanhava estes pacientes. Eles se comunicavam diretamente comigo. Foi muito interessante porque tivemos a experiência de ter um médico internista dentro do hospital acompanhando o paciente e, ao mesmo tempo, a operadora de autogestão entendendo toda a dinâmica e rotinas do hospital. O resultado foi muito positivo não só do ponto de vista de satisfação do paciente, mas fundamentalmente pela qualidade que conseguimos alcançar com o gerenciamento das internações.

Nossos contratos com a rede credenciada seguem patamares de mercado?
Vejo espaço para melhorias. A FAPES é um plano robusto, com cerca de 11.100 beneficiários e muito respeitada no mercado. Acho que podemos melhorar nossos contratos. É isto que a FAPES já vem fazendo com a gerente Athina Bamihas e espero aprimorar este trabalho ainda mais, já que que posso agregar minha experiência e visão que adquiri trabalhando do outro lado da negociação.

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